04 novembro 2006

 

Bienal

Resumo



Ontem eu fui visitar a 27ª Bienal de Arte. Com medo da chuva prometida pela meteorologia (humpf), saí de casa às 9h da manhã pegar ônibus pra São Paulo, levando a câmera (carregada?), algum dinheiro, desodorante e protetor solar (claro). Me avisaram pra levar comida e água, porque lá é tudo caro, mas obviamente não me organizei pra isso.

Depois de uma viagem de 1h30 (trânsito das 11h da manhã na marginal Tietê), cheguei na rodoviária (Terminal Rodoviário Tietê, o 2º maior do mundo depois do terminal de Nova York). A rodoviária eu já conhecia, de outra vez em que tive que fazer conexão por São Paulo para chegar até Curitiba (tudo lotado por causa do segundo turno das eleições). Nessa primeira vez era noite, mas consegui reconhecer o Tietê (pelo cheiro), o Sambódromo (pela Globo) e alguma festa na quadra da Gaviões (à noite, foi genial — com direito a bonecos carnavalescos nos arredores do lugar).

Só que dessa vez era dia e deu pra ver mais coisas. A primeira coisa que se vê é como o lugar é grande, gigantesco mesmo. Não só a rodoviária, mas a cidade. São Paulo é bem parecida com qualquer outra cidade grande que eu já tenha conhecido, mas você pode andar até morrer que a cidade não acaba. Impressionante mesmo. Essa é a palavra: impressionante.

Na rodoviária, resolvi almoçar alguma coisa (depois de visitar o poste a R$ 1, naturalmente) já que eu só tinha comido algumas laranjas de manhã (laranjas fatiadas com açúcar e canela — muito bom). Comi uma pizza de calabresa (só calabresa com muita cebola; eu disse muita cebola — crua) no Mister Sheik.

Depois de alimentado, fui pegar o metro pra chegar na Bienal. A Bienal fica no Ibirapuera, apesar da dúvida do desinformado vendedor de bilhetes do metrô. O metrô é um troço meio assustador pra quem não está acostumado, mas no fundo é só um terminal um pouco diferente. Compre o bilhete (lá não é passagem) na bilheteria (só um, tio!) e descubra pra que lado você vai. Sim, porque o metrô é um trem. Logo, ele anda prá lá e pra cá nas linhas. O sentido para onde o metrô está indo é o nome de uma das estações das pontas da linha. No caso da linha que eu peguei, a Linha 1 - Azul, as duas pontas são Jabaquara e Tucuruvi.

Perguntando aqui e ali, descobri que a estação onde eu devia parar era a Ana Rosa, pra depois pegar um ônibus ou caminhar um pouco. Peguei o metrô no sentido Jabaquara e fui. O metrô é como um biarticulado muito grande (deve dar uns 3 unidos). O povo entra e sai por qualquer uma das portas, que às vezes abrem de um lado, às vezes do outro e às vezes dos dois lados ao mesmo tempo. Não encontrei nenhum pedinte (falta de sorte ou eles foram banidos? não sei). O metrô chega numa boa velocidade (pra mais de 60km/h) e acelera no limite do confortável. Não tem nada pra olhar pela janela, então todo mundo fica com aquele olhar perdido, concentrado nos próprios pensamentos. Antes de cada parada, uma gravação (imagino eu) anuncia o nome da próxima estação. As portas se abrem por um tempo e quando vão fechar toca um bipe pro povo começar a correr (2 segundos, pelos meus cálculos).

Chegando na estação Ana Rosa, subi à superfície comecei a perguntar de novo como chegar ao Ibirapuera (ô nome difícil). As indicações estavam certas e tudo o que eu tive que fazer foi caminhar pela rua (uma tal de Rodrigues Alves) que passa ao lado da estação. Depois de 20 minutos de caminhada, avistei finalmente o prédio da Bienal. Não tive tempo de conhecer o parque, mas deu pra ver que é grande (muito grande). Comecei a tirar fotos pelo caminho e entrei na exposição (de grátis!). Sem comida (nem chicletes!) e sem flash, fui andando ali por dentro. Fiz questão de ver tudo, e tirar foto de tudo que fosse minimamente interessante. Logo o aviso de pouca bateria começou a acender e tive a brilhante idéia de desligar o visor pra economizar energia: o enquadramento piorou mas pelo menos ganhei algumas fotos.

O lugar é gigantesco, como todo o resto. Tem obras em todos os cantos, em todos os 3 andares (além do térreo). Algumas obras interativas, mas a maioria só de olhar (olhar com os olhos, não com as mãos!). Muita gente tirando foto. Algumas coisas bem bizarras e outras bem normais. Tem de tudo: pinturas, desenhos, fotos, esculturas e filmes, muitos filmes (a maioria sem graça). Continuei andando e vendo e tirando fotos. Subi ao segundo andar e logo no começo a bateria da câmera acabou de vez. Me conformei em só olhar e continuei. Lá fora o tempo começava a enfeiar e eu, cansado, reinando e sem guarda-chuva, comecei a ficar impaciente. Quando cheguei no 3º e último andar, tudo doendo, vi o que faltava meio por cima (eu não ia sair dali sem ver tudo! tudo!) e sai da exposição.

Tomei uma água de coco no gramado ali em frente (era umas 16h30) e, quando comecei a sentir uns pingos de chuva, comecei a voltar até a estação do metrô: mais 20 minutos de caminhada. Eu podia ter pegado um dos vários ônibus que passaram pela rua em direção à estação, mas não quis pagar R$ 2 só pra não andar um pouco. Logo eu, um cara jovem, saudável, na flor da idade. Oras, quando eu morrer vou ter muito tempo pra descansar. Acabou não chovendo nada, como eu já esperava vendo as imagens do satélite (meteorologia... humpf!).

Peguei o metrô na mesma linha Azul, agora no sentido Tucuruvi. Cheguei na estação Portuguesa-Tietê (não Santana, como está escrito na Wikipedia — só não corrijo porque não sei se está mesmo errado), que fica na rodoviária, e peguei o ônibus de volta para Campinas, depois de comprar um mate batido e um sanduíche (pra viagem, tia!).

No ônibus, comi o lanche e capotei até chegar em Campinas. Completamente moído, peguei o ônibus até em casa e passei no posto pra comprar alguma coisa pra jantar. Cheguei em casa ali pelas 20h30 e, depois de um dos melhores banhos da minha vida, comi e pus as fotos (comentadas!) na minha conta do Flickr.

Gastei uns R$ 50 no passeio, andei feito um desgraçado, cansei e passei fome, mas valeu muito a pena. Quando der, com mais calma, quero voltar a São Paulo e conhecer melhor a cidade.

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