11 outubro 2006

 

Botões

Viu de longe, escolheu o mais bonito. Não sabia bem porque, mas queria esse. Não sabia bem como seria, mas foi. De longe parecia perto. Parecia pequeno. Caberia na palma da mão. Talvez no bolso, pensou com os botões que não tinha. Então foi. E chegando lá percebeu que não era tão fácil e não era tão pequeno. Tudo bem, pensou, e tentou. Tentou e não alcançou. Era muito alto. Esticou a mão, mas ainda assim não deu. Esticou o máximo que podia, mas não estava dando. Tentou pular, mas ainda assim não chegava. Se afastou e correu pra ganhar impulso, mas não passava da mesma altura. E o escolhido parecia ficar cada vez mais alto e cada vez maior, e ao mesmo tempo cada vez mais difícil e mais distante. Tentou uma última vez, último fio de esperança.

Nada. Nem se mexia. Por um momento pensou ter encostado, mas talvez fosse só impressão. Os botões que não tinha diziam "ninguém consegue tudo". Tentou.

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