31 agosto 2006
Idéias
(Essa é uma adaptação de um post que eu fiz numa discussão sobre liberdade de expressão em alguma comunidade do Orkut.)
Está claro que existem idéias "ruins" com as quais nós não concordamos, e nós não queremos que essas idéias se espalhem.
Nós concordamos que se alguém é exposto fortemente a essas idéias e a nenhuma outra, essa pessoa tende a assimilar essas idéias "ruins".
Existem duas coisas a se considerar sobre isso, independente do que se faça:
Eu vejo essas desvantagens nessa solução:
Essa solução tem as vantagens de:
Mesmo quem você esteja disposto a trocar um pouco da sua liberdade (porque as suas idéias também precisarão ser vigiadas) pelo fim das idéias "ruins", ainda existe o problema das crianças sem família ou escola competentes para ensinar as idéias "boas". Estamos assumindo que crianças não têm capacidade para decidir por elas mesmas o que são idéias "boas" e idéias "ruins".
Mas se nem a família nem a escola da criança são competentes para lhe dar essa direção, será que alguém será capaz de impedir o acesso dessa criança às idéias "ruins"? Se limparmos o orkut, sobra toda a internet; se limparmos a internet, ainda sobra a rua (já que a criança não tem o apoio necessário da família/escola).
A verdade é que uma criança onde tanto a família quanto a escola falhem está sozinha de qualquer forma: terá contato com idéias "ruins" e também não terá ninguém que lhe ofereça idéias "boas". Para essa criança, qualquer uma das soluções funciona e ambas têm a mesma eficiência.
Se as duas soluções têm a mesma eficiência, prefiro manter a minha liberdade de idéias, assim como a de todo mundo.
Está claro que existem idéias "ruins" com as quais nós não concordamos, e nós não queremos que essas idéias se espalhem.
Nós concordamos que se alguém é exposto fortemente a essas idéias e a nenhuma outra, essa pessoa tende a assimilar essas idéias "ruins".
Existem duas coisas a se considerar sobre isso, independente do que se faça:
- Pessoas têm novas idéias a todo momento, algumas originais e outras repetidas. Qualquer opção para acabar com idéias "ruins" é eterna. Não existe isso de limpar a sociedade e achar que as idéias "ruins" não voltarão mais.
- Diferenciar uma idéia "boa" de uma "ruim" sempre vai deixar algumas idéias "ruins" serem vistas como "boas" e idéias "boas" serem vistas como "ruins". Não tem como ser 100% preciso.
Eu vejo essas desvantagens nessa solução:
- É praticamente impossível vigiar todas as trocas de idéias (televisão, rádio, internet, livros, conversas dentro da sua casa, etc.) para cortar as idéias "ruins".
- É preciso impor a sua visão de mundo para todas as pessoas. Cada pessoa vê as idéias de forma diferente, mas para essa solução funcionar todas as idéias "ruins" têm que ser proibidas, não interessa quem as tenha ou as expresse.
Essa solução tem as vantagens de:
- Não ser preciso vigiar as idéias de ninguém.
- Passar a escolha sobre o que é "bom" e "ruim" para cada pessoa.
Mesmo quem você esteja disposto a trocar um pouco da sua liberdade (porque as suas idéias também precisarão ser vigiadas) pelo fim das idéias "ruins", ainda existe o problema das crianças sem família ou escola competentes para ensinar as idéias "boas". Estamos assumindo que crianças não têm capacidade para decidir por elas mesmas o que são idéias "boas" e idéias "ruins".
Mas se nem a família nem a escola da criança são competentes para lhe dar essa direção, será que alguém será capaz de impedir o acesso dessa criança às idéias "ruins"? Se limparmos o orkut, sobra toda a internet; se limparmos a internet, ainda sobra a rua (já que a criança não tem o apoio necessário da família/escola).
A verdade é que uma criança onde tanto a família quanto a escola falhem está sozinha de qualquer forma: terá contato com idéias "ruins" e também não terá ninguém que lhe ofereça idéias "boas". Para essa criança, qualquer uma das soluções funciona e ambas têm a mesma eficiência.
Se as duas soluções têm a mesma eficiência, prefiro manter a minha liberdade de idéias, assim como a de todo mundo.