24 setembro 2005

 

Respire fundo

Se você está com preguiça, leia o final do post que não vai perder muito.

Microsoft

Bill Gates diz que na época em que a Microsoft foi fundada, em 70 e lá vai coisa, não imaginava que sua empresa fosse crescer tanto. Mesmo sempre tendo como visão "um computador em cada mesa e em cada casa", não esperava que as pessoas tivessem tanta necessidade desse tipo de produto. Tio Bill também tem seu mérito, é claro, grande empreendedor que é, mesmo que alguns de seus "métodos" não sejam exatamente "ortodoxos" ou "politicamente corretos".

A Microsoft dominou a cena da computação pessoal e empresarial entre o final dos anos 80 e praticamente toda a década de 90. Um a um, todos os concorrentes líderes de setores em que a Microsoft decidiu investir foram esmagados pela fúria do marketing microsoftiano. Lotus 1-2-3 x Excel, WordPerfect x Word e OS/2 x Windows 95 são alguns dos exemplos mais significativos.

Na metade da década se atrapalharam um pouco com a tal Internet. Achando que não ia dar em nada, sem compreender direito o que a internet significava, tentaram lançar uma rede concorrente, MSN (Microsoft Network), ainda baseada no modelo das BBS (precursoras dos provedores — alguém lembra?). Em 1995, resolveram levar a internet a sério. Decidiram adicionar recursos de internet a todos os seus produtos e compraram o primeiro navegador web criado, Spyglass Mosaic, para usar como matéria prima na fabricação do Internet Explorer. Poucos anos depois, o Internet Explorer se tornou o navegador dominante, com mais de 90% do mercado, tirando o Netscape Navigator (líder de mercado por vários anos) do páreo.

Linux

Sendo tão grande e ocupando tantos espaços diferentes, a Microsoft começou a fazer inimigos. Tentaram diminuir sua hegemonia através de processos na justiçados EUA e da União Européia, alegando que a Microsoft usava práticas ilegais, como dumping e venda casada, para eliminar os concorrentes. Essa estratégia não deu muito certo. Os casos foram encerrados sem maiores consequências e a Microsoft tocou a vida.

O que tirou a tranquilidade da Microsoft foi o movimento de software livre, que prega a liberdade de utilização e modificação dos programas de computador. Pegando carona na popularidade do Linux, criado em 1991 por um finlandês e distribuído nos moldes do software livre, e na busca por alternativas à Microsoft, o movimento ganhou força e visibilidade no final dos anos 90. Vários programas foram sendo criados dentro dessa filosofia, concorrendo diretamente com produtos da Microsoft (já que a maioria absoluta do software livre é gratuita). Primeiro, a Microsoft tentou ignorar o que acontecia. Depois, tentou denegrir e sabotar o movimento (como mostram os infames memorandos Hallowen). Recentemente tem se mostrado mais cooperativa, sendo mais transparente e adotando alguns padrões abertos (à la Microsoft, é claro – "adotando" os padrões, mas adicionando recursos que tornam os seus produtos incompatíveis com os concorrentes).

Google

Em 1997, dois estudantes criaram um mecanismo de pesquisa chamado BackRub (felizmente rebatizado de Google), baseado no seu trabalho de PhD. Oferecendo resultados certeiros para as pesquisas na internet, o Google logo virou sinônimo de busca e começou a expandir suas atividades. A Google também tem sua visão (ou missão, que diferença faz?): "organizar a informação do mundo e torná-la universalmente acessível e útil". Essa visão se reflete nas ações da companhia, que além de oferecer serviços de busca também mantém grupos de discussão, blogs, anúncios, email, rede social e, futuramente, livros.

Assim como a Microsoft, a Google também começa a receber críticas, principalmente com relação à privacidade dos que usam os seus serviços. Diferentemente da Microsoft, que quer vender os produtos que as pessoas usam para lidar com suas informações, a Google quer guardar e organizar as informações das pessoas. Se a visão da Microsoft é a de um computador para cada pessoa (rodando Microsoft, de preferência), a da Google é uma Conta Google para cada pessoa e um grande Computador Mágico Google que cada um acessa como quiser (desde que acesse somente ele).

Computação soberana

Naturalmente, existe gente que não gosta da idéia de guardar todas as suas informações sabe-se lá onde, sabe-se lá como e sabe-se lá por quem. Preferem não confiar na Microsoft para criar os programas que mexem com suas informações (usando software livre) e não confiar na Google para guardar suas informações (guardando as informações nos computadores dos amigos). É uma boa idéia, pena que fazer acontecer não seja tão simples...



Sim, o post acabou. Cansei, vai ficar assim mesmo. Não gostou? Vai na concorrência (ali na esquerda).



No Japão, existem mais casas com privadas inteligentes do que com computadores. Entre as vantagens (com relação às privadas comuns, não aos computadores), estão o jato de água com direção, pressão e temperatura controláveis, assento aquecido, secador a ar quente, controle remoto, controle de ar condicionado, tampa que levanta e abaixa automaticamente, descarga automática, resistência a germes, desodorizador, medição da taxa de açúcar no sangue, pulso, pressão e taxa de gordura corporal (esses dados podem ser enviados automaticamente a um médico por um celular embutido – embutido na privada, obviamente), controle por voz, som artificial de descarga (para as moças mais discretas que não querem que seus ruídos naturais sejam ouvidos – esse recurso sozinho economiza até 20 litros da água: algumas japonesas usam a descarga para abafar os seus ruídos), descanso para os braços e dispositivos que ajudam os idosos a levantar.

Pensando bem, quem precisa de computador?

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