caso especial

O Orkut, assim como o Big Brother (o programa global, não o livro), tem fama de ser mais um "produto da cultura superficial (ou falta de) que impera neses dias". Eu sou obrigado a desconcordar. Não tem nada melhor do que essas sociedades em miniatura para conhecer melhor o comportamento humano.

Veja o caso do Orkut, por exemplo. Quando foi lançado por um funcionário do Google, no começo de 2004, o foco da cobertura da imprensa eram as redes de amigos, a exigência de convites para entrar e as teorias conspiratórias de que o Orkut na verdade era uma forma de conhecer os hábitos de milhares de consumidores, já que o Orkut exigia que os usuários usassem os nomes reais.

É claro que com o tempo o sistema passou a ser contornado e usado de formas que os criadores nunca imaginaram. O número de usuários cresceu geometricamente, mesmo com os frequentes erros -- "502 Server Error" e o, digamos, espirituoso "No Donuts for You". Convites para o sistema chegaram a ser leiloados no eBay e, mais tarde, os brasileiros invadiram o Orkut (da última vez que eu ouvi falar, já eram mais de 60% de todos os usuários). Algumas pessoas começaram a criar perfis de gente que não existe, os chamados fakes (George Bush e Osama Bin Laden são alguns dos "usuários" do Orkut). Mais recentemente, algumas das comunidades foram "tomadas" e perfis foram "roubados". Alguns usuários, auto-intitulados "multiplicadores", sabotam comunidades e perfis com temas com os quais não concordam.

Esse post está ficando maior do que eu esperava. Como dizia meu amigo Jack O Estripador, "vamos por partes".

Sim, Jack também está no Orkut, em várias versões: um perfil, outro perfil.